domingo, 2 de agosto de 2009

(Estrada Real 2009) Dia 08: Caraça

Acordamos às 8h, tomamos um café da manhã exagerado, e às 9h estávamos com tudo pronto. Fomos então arrumar um jeito de chegar ao Parque do Caraça, que foi o motivo de virmos para Santa Bárbara e fica longe da cidade. Como não há nenhuma forma de transporte coletivo até lá, acabamos não tendo outra opção além de táxi, que sempre é a forma mais cara possível! Depois de muito pechinchar, achamos um taxista que nos levaria por R$80 e esperaria lá até a hora em que resolvêssemos voltar.

Saímos então de Santa Bárbara às 10h e em 30min já estávamos na portaria do parque. O caminho até lá (em estrada de mão dupla, asfaltada e sem acostamento) é uma grane subidas, o que a torna inviável de ser feito a pé, mas por si só já é bastante impressionante. Pagamos a taxa de entrada (R$10/carro) e seguimos direto para a sede, onde chegamos 15min depois. Sem perder tempo, fomos ao Centro de Informações saber quais atrações iríamos visitar: optamos por deixar a igreja neogótica e os arredores (que é a parte com maior concentração de turistas) para o final, quando talvez estivesse mais vazia, e começamos pela Trilha da Capelinha.

Vista do Parque do CaraçaTrilha fácil, íngreme, curta (levamos apenas 30min) e muito bonita que leva até uma capela no alto do morro. Do alto tem-se uma esplendida vista (foto)de todo o santuário do caraça! O interior da capela é bem simples, o que torna as ruínas da senzala anexa (em ruínas) ainda mais curiosa.

Da Capelinha, seguimos por outra trilha até a Gruta de Lurdes. Seguimos por 40min por entre subidas íngremes, sol forte e vegetação fechada, nessa trilha que é bem mais difícil que o trecho anterior. Por uma coincidência incrível encontramos o Ticiano, um antigo veterano da faculdade que eu não via há pelo menos cinco anos, no meio da trilha! Como a gruta (que é pequena) fica mais em local mais baixo que a Capelinha, não há belos mirantes nem outras peculiaridades; tornando a trilha em si o principal atrativo.

Ficamos lá apenas o suficiente para recuperar o fôlego e voltamos à sede do parque (passando novamente pela Capelinha), onde chegamos às 13h20. Tínhamos a opção de almoçar mas, escolhemos usar todo o tempo disponível para conhecer outras coisas. Aproveitando que a maioria dos visitantes estavam almoçando, fomos conhecer o museu, que atualmente está na ala que pegou fogo em 1968. O acervo de obras e objetos do séc. XVI ao XIX é vasta e bem preservada.

Na sequência fomos conhecer a fantástica Igreja Neogótico N. S. Mãe dos Homens, a primeira igreja neogótica do Brasil e que possui um legitimo órgão de fole do séc. XIX. Ficamos por 30min apreciando, sozinhos, o magnífico interior do santuário, com suas pinturas, vitrais, imagens e a majestosa arquitetura. Somente às 14h saímos para ver o jardim e a fachada principal, que não são menos impressionantes.

Serra do CaraçaÀs 14h10 subidos o Morro do Calvário (que fica ao lado da igreja), um dos melhores ângulos fotográficos do local (foto). A subida é fácil, rápida e a vista é realmente única!

Às 14h30 fomos encontrar o taxista para ir embora. Em menos de 30min estávamos de volta ao hotel para pegar nossas mochilas (deixamo-as guardadas lá) e fomos para a rodoviária: a viagem de volta começara. Tomamos o ônibus de 15h para Barão de Cocais e a viagem (de apenas 30min) foi tranquila.

Ironicamente, antes de sair de casa estávamos todo empolgados com a possibilidade de fazer uma parte da viagem de trem. Tão animados que compramos as passagens com antecedência, já imaginando as belas paisagens do caminho, e nem atentamos que no horário da viagem (de 18h05 a 19h40) já estaria tudo escuro e não veríamos nada! Como a passagem já estava comprada, não havia do que reclamar agora. Esperamos 20min na rodoviária de Barão de Cocais até o ônibus circular para a Estação Dois Irmãos passar e, em 15min, estávamos na minúscula e lotada estação. Mas o trem só chegou às 19h, com 1h de atraso!

Embarcamos tão logo o trem (que vinha lotado de Vitória-ES) chegou e, como prêmio por ter comprado passagem com antecedência, sentamos nas primeiras poltronas: bem em frente aos banheiros! Apesar do atraso e tudo mais, passar pelo complexo de Congo Soco foi impressionante: mesmo à noite a atividade continua.

Chegamos em Belo Horizonte depois de 1h40 de viagem (como não houveram mais paradas, o tempo de viagem foi o previsto) quase às 21h e nos hospedamos no Hotel F1 pela última noite nessa viagem. Tomamos um merecido banho e saímos para comemorar: a viagem chegara ao fim e, dentro do possível, tudo saiu como o planejado. Cerveja, churrasco e nada de horário para dormir ou acordar no dia seguinte foi nossa recompensa!

Informações locais:
  • Ao contrario de quando estivemos lá, atualmente paga-se R$5,00/pessoa para entrar na Parque do Caraça. Estudantes têm desconto, mas é preciso consultar as condições com antecedência.
  • Os horário de funcionamento e muitas outras informações úteis podem ser encontrados no site oficial do Santuário do Caraça (http://www.santuariodocaraca.com.br/inicial.php). Algumas informações estão meio "escondidas" mas estão lá.
  • O Trem (atualmente administrado pela Vale do Rio doce) faz diariamente a viagem entre Belo Horizonte-MG e Vitória-ES em aproximadamente 13 horas. Há algumas informações úteis (além das existentes no site oficial) no Guia do Viajante.
  • De Barão de Cocais para Santa Bárbara, há ônibus às 11h50, 13h40, 15h30 e 18h35 (Viação Pássaro Verde - R$2,60).

DICAS:
  • Na trilha para a Gruta de Lurdes, fique atento às setas verdes pintadas no chão que indicam o caminho certo a seguir.
  • O órgão de fole é tocado todo segundo final de semana de cada mês por um organista de Belo Horizonte durante o horário da missa apenas.

Quem estava:
Picasaweb + fotos


Um comentário:

  1. Muito legal seu blog, interessantes os relatos de viagem. Sou de BH e conheço alguns locais descritos, por isso mesmo fiquei impressionado com a disposição de vocês e triste por saber que não viram algumas cachoeiras incríveis no Caraça e tantos outros pontos turísticos fascinantes. Mas é complicado achar boa informação turística por aqui, da próxima vez procure alguém dos arredores que realmente tenha experiência de trilha. Em MG os trilheiros (bike e moto) são sempre bem informados, bem como os donos de pousadas. Aliás, as pousadas são as melhores opções de hospedagem, pois os hotéis são uma lástima no interior.
    patricklommez@gmail.com

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