Colocamos o pé para fora do albergue e estava nevando! Não é muito comum, mas nevou fraco a noite toda. Tudo estava branco: eu não sabia se ficava triste pela possibilidade de estragar o passeio, ou feliz pela neve (novidade para mim) e a súbita mudança na paisagem. Saímos de van às 9h30 rumo à região das cavernas da Cappadocia. No caminho, passamos novamente pelo Vale dos Pombos (onde no dia anterior chovia forte) e a paisagem estava manchada de branco.
Depois da parada rápida, seguimos para as cidades de Derinkuyu e Kaymakli enquanto a neve caía cada vez mais forte. 30min depois, descemos por uma entrada (7,5TL/pessoa) que mais parecia um bueiro. Subitamente fui transportado para o livro do Senhor dos Anéis! Galerias de teto baixo, onde é preciso andar curvado, túneis tortuosos e labirínticos e salas com mobília esculpida na própria rocha. Nada menos que 8 pavimentos interconectados com escadas desformes, salas distribuídas aleatoriamente e organização (para mim) caótica, perfazem o complexo de cavernas de Derinkuyu e Kaymakli que, embora pareça, não são interligadas. As salas, com diferentes funções – de estábulos a igrejas, passando obviamente por casas – serviram de refúgio e moradia desde os primórdios e, sem dúvida, foram uma das coisas mais incríveis que vi na vida. Ficamos 2h no subterrâneo e eu ainda não estava satisfeito!
Quando voltamos à superfície ainda nevava forte. Seguimos então para o Vale Ihlara, mas depois de 1h tivemos que retornar: caiu tanta neve que ficou impossível continuar sem correntes nos pneus. Levamos mais 2h30 para voltar até o Vale dos Pombos (um dos poucos lugares ainda acessíveis), onde a paisagem tinha mudado novamente: agora completamente branca, com cristais de gelo e poucos pombos (foto). Ficamos apenas 10min e fomos almoçar, esperançosos de que a neve diminuísse. Mas não foi o que aconteceu, e tivemos que cancelar o passeio devido às condições climáticas.
Como ainda era cedo, fomos até a rodoviária e compramos passagens para Hatay (Antakya). Ficamos em um café até o horário do ônibus onde, novamente, passaríamos a noite inteira. Uma lástima, pois os ônibus na Turquia são bem piores que os do Brasil, e minhas costas já estavam doloridas.
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